sexta-feira, 18 de maio de 2012

O medo do parto

Você tem medo do parto?
Já parou pra pensar o motivo do medo?

Eu nunca tive medo de parir. Talvez por ser algo normal na minha família as mulheres não terem feito cesáreas (quando digo família minha mãe e avós). Mesmo lá com 16 anos quando tive meu primeiro filho eu tinha mais medo de como eu conseguiria cuidar de um bebê do que do parto em si. Quando entrei em trabalho de parto já com contrações de 5 em 5 minutos eu falava para o meu marido que eu não queria ir para o hospital. Ele me respondeu:
- Eu não sei fazer parto, vamos morrer "tudo" abraçado aqui!
Parei pra pensar que não era caso de morte. Muito pelo contrário! Eu não estava doente. Estava tudo bem com meu corpo funcionando direitinho e em ritmo inclusive. Mandei o medo ir catar coquinho e decidi ir para o hospital. Se não estivesse em trabalho de parto certamente me mandariam voltar pra casa. Eu estava muito tranquila. O médico me examinou e eu estava com 8cm de dilatação com contrações e não estava com dor, não a dor que todo mundo me falava que eu ia sentir. Eu lembro de ter visto sangue no absorvente que o médico me deu depois do exame de toque e de me assustar um pouco e pensar que agora não tinha mais volta (como se tivesse antes kkk)! Eu ia me tornar mãe. 
Muitas vezes o medo que carregamos para o parto não é da dor. Podemos até disfarçar ele como se fosse apenas o medo da dor. Ele pode ser o medo do desconhecido, do que será da nossa vida que estava tão organizada ou já tão bagunçada com mais uma pessoa totalmente dependente para cuidar. Uma angústia não saber cuidar de um bebê sozinha. Ou ainda não saber como dividir o amor entre dois filhos. O medo de não conseguir, de não ter forças, de acabar tudo em uma cesárea.
É importante detectar a origem do nosso medo para ir para o parto sem a tensão que o medo provoca. Quanto mais medo temos o nosso corpo responde com mais tensão e quanto mais tensão mais dor.

Pode parece mais fácil agendar logo a cesárea e nem ter que pensar nessas questões. Mas isso acaba aparecendo de uma maneira ou de outra depois do parto. Não faz bem ignorar nossos sentimentos.

Por mais que seja difícil tente não dar ouvidos a quem não tem coisas boas para desejar sobre o seu parto. Geralmente as pessoas temem o que não conhecem. E nem deveriam falar do que não conhecem mas falam justamente porque tem medo! Eu tenho medo de brinquedos de parque de diversões e a minha tendência mesmo que disfarçada é sempre desencorajar meus filhos de irem a algum desses parques. É natural querer proteger quem a gente ama até dos nossos medos, mas não é justo. Então eu deixo o meu medo de lado (dou uma olhada básica na segurança do brinquedo) e libero eles para seguirem livres sem os meus medos.

Para não ir tensa para o parto eu posso te dar os seguintes conselhos:
Procure um profissional humanizado ou que tenha alguma referência em ter acompanhado partos naturais e respeitado as escolhas da gestante.
Converse com sua doula sobre isso. Pode ser de grande ajuda para o momento do parto! Ela estará não só como um apoio físico mas também emocional. Muitas vezes o parceiro não compreende alguns aspectos emocionais que acompanham a gestação. Conversar com a doula pode até ajudar você a expor melhor isso para seu parceiro.
Tente se cercar de pessoas que entendam o seu desejo de ter um parto normal. Frequente grupos de apoio ao parto normal, natural e ativo. 
Procure grupos na internet que tenham o mesmo propósito. (Vou colocar alguns links na barra lateral.) 
Leia relatos de parto. Isso ajuda muito! O nosso cérebro é incrível. Quando pulamos em uma piscina por exemplo, pensamos no pulo e no mergulho antes mesmo de pular. Imaginamos como será o pulo e só então pulamos. Ler os relatos é condicionar o cérebro ao momento do parto.
Se sente que vai precisar, procure ajuda especializada. Aqui em Londrina temos a Márcia Sel. Psicoterapeuta que trabalha com gestantes.
E principalmente dê ouvidos ao seu desejo e capacidade de parir. O parto é seu, a experiência é sua. Não deixe o medo de outras pessoas te contaminar e não alimente seu medo.

Até mais!

Um comentário:

  1. Isso aí!!

    Informação é TUDO pra driblar o medo, né? Na minha primeira gestação eu também não ficava aterrorizada em pensar no parto não, mas confesso que dava aquele "friozinho na barriga" por ter que passar por um caminho desconhecido. Mas cada vez que sentia isso, não alimentava o medo: falava pra mim mesma "vai dar tudo certo!!!", e logo estava tranquila de novo. Acho que se convencer disso é o primeiro passo pra dar certo, né? Beijinhos, parabéns pelo blog!

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