quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Nasceu o André da Karin e do Orlando



Nenhuma de nós acompanhou este parto :D mas vou postar direto o relato para vocês, porque foi especial, foi inusitado, foi tudo de lindo e engraçado também! 

Eles nos procuraram para ter o bebê em um parto hospitalar, depois domiciliar e depois... leiam! 
Segue o relato que foi feito a quatro mãos, e não poderia ser diferente. As falas da Karin estão entre parênteses e em negrito.


Os filhos são uma benção sem medida na vida de um casal. A Bíblia diz que eles são tão especiais que são” a herança do Senhor". Nosso primeiro filho Daniel, com 4 anos nasceu em Sinop no MT de parto normal. Na época pouco informados, sofremos bastante. Minha esposa sofreu o que os "naturebas" adeptos do parto humanizado e natural chamam de violência obstétrica. Sempre me senti em falta com ela, por não tê-la protegido do nosso sistema deficitário de parto hospitalar. No segundo filho decidimos que tudo seria muito, mas muito diferente... Morando em Londrina há pouco tempo, passamos por vários obstetras e para dizer a verdade, pelo menos na minha visão, parecia que por mais que nós quiséssemos, o pesadelo de um parto hospitalar, cheio de intervenções e desrespeito iria se repetir... Um dia navegando na NET, descobri uma doula em Londrina, a Marília Mercer, que tornou nosso caminho bem menos tortuoso. Depois de muito pensar, pesquisar e planejar decidimos pelo parto domiciliar com a equipe da Regina e da Juliana de Maringá. Só tínhamos um problema – a presença da minha sogra, que viria na data provável do parto para dar apoio a Karin, e que, na nossa visão, acharia isso tudo uma loucura. O plano B era que, caso ela viesse, tentar um parto o mais natural possível em um hospital com o médico mas humanizado que pudemos encontrar em Londrina. E minha sogra chegou no dia 26/09, toda dividida no fico ou não fico pois minha cunhada, morando em Itatiba SP, também estava com a cesárea marcada na mesma data provável da Karin(01/10). Então, no dia 30/09, decidimos ir para Itatiba, onde mora a sogra e cunhada, e resolver a questão a mãe que estava dividida em duas filhas que estavam para parir. A decisão foi dela, eu não queria de jeito nenhum, mas como dizem que parturiente não pode ser contrariada, srrsrsrs, decidi apoiá-la. A Karin estava segura de que pelo menos em Campinas, que é do lado de Itatiba, acharíamos condições próximas daquilo que procurávamos. Chegamos em Itatiba no dia 30/09. No dia 01/09, nasceu meu sobrinho de cesárea e descobrimos que nem em Itatiba, nem em Campinas teríamos condições para um parto humanizado. No dia 01/09, conseguimos consulta com o obstetra mais indicado da cidade. A Karin faria 40 semanas do dia 02/09 . Ele foi bem direto: “Faço parto normal, se tiver que fazer epísio, eu faço, tem que ser na mesa de parto na posição ginecológica, e se for necessário, cesárea.” Tentamos até conversar com ele sobre outra posição de parto de ele replicou: “ Para os naturalistas, tudo faz mal...”Fez um toque nela e nada de dilatação e o André ainda não encaixado... Decisão do médico: “semana que vem volta aqui que vamos tentar induzir”. O que nos acalmou, foi que eu poderia ficar com ela no trabalho de parto, pagando um extra para o Hospital, pois nosso plano é enfermaria. (e eu já ia imaginando que não sairia de modo algum desse quarto, até que o bebê nascesse!). Na madrugada do dia 03/10, fui dormir a 1h... super angustiado, pensando na minha frustração, no parto terrível que ela teria, decidi que iria convencê-la a voltar para Londrina. Orei a Deus pedindo que nos desse um sinal de que ela poderia ter o parto ali em Itatiba e a Benção Dele quando chegasse a ora. Deus que é paciente e bondoso, respondeu prontamente, minha oração. As 3h do dia 3/10 a Karin acordou com dor forte. Às cinco ela já estava gemendo e com contrações regulares (mas ainda suportáveis). As 5:30 ela me disse: “Vou ter que ir para o hospital pois vou começar a gemer e vou acordar a casa toda”. Quando chegamos na maternidade, a plantonista foi uma LADY conosco... pediu para eu sair e foi examinar a Karin... na altura era umas 6:15... a Karin estava, como dizem os naturebas, EMPODERADA... (agora as dores estavam insuportáveis, e o primeiro “puxo” aconteceu.)... a médica pediu a ela que deitasse na mesa para examiná-la. Ela sabia que viria uma contração... e a KARIN: -“ não vou deitar”... a médica, que escrevia algo em sua mesa: -“ se vc não deitar não posso examinar”... Karin: “A hora que você parar de escrever eu deito”... eu na porta ouvindo tudo... rsrsrs... Nisso ela já tava dando aqueles gemidos que só via no 1 BB por minuto da discorvery home and Health... quando a querida plantonista, sai da sala de exame, olha para nossa cara após ausculta e toque (5 cm) e diz: “vcs tem q ter paciência pois a maternidade tá cheia e não tem quarto pra ela....eu, tenso:” como não? Já concordei em pagar a mais para ela ficar sozinha comigo em um quarto diferenciado... a médica: “eu sei mas o quarto é longe e não tem como acompanhá-la... não adianta, fique calmo que hora que desocupar o quarto vcs entram...”. Pra se ter uma ideia, o quarto desocupou às 9:00h o André nasceu bem antes... Em seguida chega minha sogra e minha cunhada, que estavam no hospital em virtude da dita cesárea... As duas com olhares chorosos ao verem a dor dela, me deixaram um pouquinho mais tenso... rsrsrsrs... Fui à enfermaria e disse:” Ficar calmo numa hora dessas é um dom divino, ela está em franco trabalho de parto e precisa de um quarto com um chuveiro, pooooorfavooooooorrrrr.....(e eu continuava no banheiro do consultório já fazendo cocô com os puxos, motivo de eu nunca ter sonhado com parto na água rsrsrs!!!). A médica me olha com aquela cara de :” não te ouvi, suma daqui e continue calmo”... rsrsrs. Nisso alguém fala: “ Dra, a sala de pré-parto tá vazia, vamos colocar ela lá até desocupar o quarto para eles” Corremos pra lá e enfim sós... 6:40... a Karin, entrou no chuveiro... (lá pelo sexto puxo) e eu muito calmo mesmo, não tinha pena das dores e gemidos dela (mas devia! rsrsrsr)... parecia a coisa mais fisiológica que já vi na vida... Do chuveiro, ela subiu na cama (a técnica disse –pode deitar- e eu subi na cama com os pés e fiquei de cócoras meio de 4 e disse pro Orlando: “daqui não saio e ninguém me tira) e ficou numa posição ajoelhada com o tronco apoiado na cabeceira da cama... não queria massagem e nem nada... tava em transe mesmo... só me falava: “aaaaaaaai amor, aaaaaaaaai amor”... (devo ter tido apenas uns 8 puxos, os últimos 3 muito longos e logo o André nasceu. Glórias a Deus!) pediu uma compressa quente nas costas... Comecei a observar algo que parecia a ponta da cabeça do bb... quando veio um contração e metade dela saiu e entrou de novo... relatei a ela o que eu tava vendo... ela fez força de novo e a cabeça inteira saiu (aí eu ajudei os puxos e pensei: não vai voltar não! Coloquei força na contração...) vi o André com os olhos piscando e com duas voltas do cordão no pescoço e perguntei:” quer que chame alguém, ele vai nascer na próxima contração” Ela disse: “Não”... na hora orei a Deus novamente pedindo sabedoria, quando ela fez força e o André nasceu em minhas mãos às 7:00h da manhã.... na mesma hora ele chorou... desenrolei o cordão, passei ele pelo meio das pernas dela e ela o abraçou... foi a coisa mais incrível de nossa vida.... até agora parece que não vivemos aquilo... Passado um tempinho, abri a porta da sala de pré-parto e dei de cara com a cunhada e a sogra que viram a Karin com o André molhadinho, e anunciei em bom tom no corredor da maternidade: “O neném nasceu”... rsrsrs foi um vuco, vuco... minha cunhada indignada grita no meio da correria do povo da enfermagem: “como assim nasceu?, cadê o médico?” Outras parturientes que perceberam o que aconteceu tb se indignaram achando que a Karin havia sido negligenciada… na verdade ela foi... mas que negligência abençoada!!! Tenho certeza que se tivéssemos chamado alguém, a Karin teria sido arrastada até a sala de parto com a cabeça no André no meio das pernas e o resto seria aquele protocolo que nós naturebas já sabemos... rsrsrs Depois do barulho do nascimento natural no meio do hospital, a obstetra de plantão chegou, agora toda querida... imaginem porquê, né... e permitiu que eu cortasse o cordão após ter parado de pulsar e a examinou constatando um laceração leve... o André foi levado por uma enfermeira que se achava dona dele para dar banho... o Dr. Fulano que havíamos conversado, chegou, fez a sutura que tinha que fazer e fez um comentário contrário a tudo o que temos lido: “ a posição que ela adotou favorece a laceração, mas ela tá ótima”... (estou super bem... nem sinto a laceração... comparar com epísio é loucura! ) srsrsr Alguns viam me falando: “nossa vc é corajoso, ajudou no parto do bb!”... e tal... eu não vejo mérito algum em mim naquele momento... o único que tem o mérito para nós, é nosso Criador... Foi Ele que nos criou - uma máquina incrível e perfeita. É Ele que nos sustenta e nos dá Sua força nos momentos difíceis. (foram dores terríveis...rsrsrsr...mas foi muito rápido!). Foi Ele que naquele momento tão singular, esteve com a Karin dando forças (empoderamento) para que ela fosse a mulher que Ele a criou para ser. Louvamos a esse Deus que fez, que tem feito, e sempre fará muito além daquilo que pedimos ou pensamos.

Abraços a todos os naturebas!!!

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